Tudo começou numa primavera de 2010 provavelmente em um camping da pscicodelica praia de caduques quando pela primeira vez tu começou a habitar o meu útero. Apartir de ai o meu metabolismo todo começou reservar todas as proteínas, os líquidos y gorduras possíveis ao teu favor.
Por 9 meses te alberguei com toda a ternura e valor que uma mae pode ter. Adoteu de imediato e com muita convicção todos aqueles gestos que sempre vi as mamis fazendo: apoiando as duas maos na parte tde tras das minhas cadeiras, mesmo quando tu tinhas somente 3 meses, Ninita ainda nem se mexia e eu já adorava alisar a minha panca de baixo acima.
Confesso que toda essa mudança orgânica que vivi contigo nao foram so maravilhas. Nao posso deixar de mencionar que esse conceito da maternidade nao foi nenhum prato de facil digestao.
Servir de habitat a um ser desconhecido foi sempre muito abstracto para mim, nao que nao me sentisse mae muito pelo contrario acho que me sentia ate mae demais. Acho que somente o fato de que por mais positiva que fosse a única certeza que tinha é que seria mae de um ser que nao sei quem seria e quem se converteria.
Como que se de um pequeño alíen se tratasse; e como consequência disso tudo nunca tive tantos pesadelos como nessa época.
Comecou com o bebe de duas cabecas, logo o que tinha um olho no meio da testa, logo veio o bebe batata alem de muitas outras bizarrias que dariam para escrever uma otima analises psicoanalica.
Quando se fala de maternidade podemos abordar vários aspectos desse processo de concepção. Talvez por ser mae de primeira viagem acho que esse aspecto foi o que mais me impressionou.
Sempre achei o maior cliche todos esses livros e websites dedicados a maternidade, cheios de contos de fadas e blablablas resumindo os pontos negativos com enjoos e vomitos ocasionais.
E enquanto toda essa tempestade passava pela minha cabeca durante esses 9 meses,
tu estava la no teu submarino privano conectada pelo umbigo com a tua mami, como se fossemos uma. Claro que tambem me preocupava a ideia de que tu sentisse tudo o que eu sentia, nao queria fazer da tua tao breve existencia um pequeno maremoto de preocupacoes. Agora ja te conheco bem te vejo crescendo tao valente e cheia de astusia, fico tranquila porque minhas insegurancas nao te afectaram.
E se te fiz sentir mal em algum momento te peco desculpas, mas é assim que a vida é cheia de contrariedades… O único que posso dizer é que apesar dos altos e baixos valeu a pena a experiência. Aprendi que ser mae é muito mais do que eu pensava porque mesmo nao te conhecendo ja te amava ainda que te possa parecer extranho amar a alguém que ainda nao conhecemos.
Tua mae Daniela